
No velório de seu Orivaldo Motta, dor e revolta. “A revolta por que eu acho que o posto deveria ter mais estrutura“, fala Neuba Oliveira Santos, namorada dele.
Com dores no peito, na quarta-feira ele foi levado ao posto de saúde do município de Serra. Primeiro foi socorrido por Neuba, na calçada. Depois pelos médicos dentro do posto. "Ele morre e ninguém fala nada, que absurdo!", desesperou-se ela.
A direção do posto de saúde disse que foi um infarto fulminante e fez o que podia para salvar o paciente, mas reconhece que o posto não tem estrutura para atender casos mais graves. “Porque os médicos todos estão lá dentro tentando salvar as pessoas que realmente estão ali e estão precisando na emergência, que na realidade teriam que estar nos hospitais“, diz Karla Valeska Pereira, coordenador administrativa do posto.
Na quinta-feira uma mulher esperou mais de sete horas para ser transferida. “Isso aqui não tem um aparelho para atender o paciente aí dentro. Ficava um revezando com o outro para bombear para a menina voltar ", disse Josnir Pereira Almeida, irmão da paciente.
Um homem cansou de esperar. Reclamando do atendimento retirou a mãe nos braços: “Esperando o quê? Morrer?“.
Seu Manoel Amorim precisa ser operado com urgência, mas já está aguardando há sete meses. “Tem que esperar uma oportunidade", questiona.

A solução encontrada pelo governo do Espírito Santo foi pagar todas as despesas para que as cirurgias sejam feitas em outros estados. Até agora, 57 pacientes já foram transferidos. “Enviando pessoas para fora do Estado para fazer a sua cirurgia e aguardando uma solução de reajuste da tabela, prometida pelo Ministério da Saúde, para que eles possam trabalhar a todo vapor e a gente resolver os problemas“, diz o secretário de Saúde do Estado, Anselmo Tose.(Fonte: Jornal Hoje)
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