O crime organizado, seja pela presença de facções criminosas ou de milícias, já domina quase todas as favelas do Rio de Janeiro. É o que mostra um levantamento feito pelo Núcleo de Pesquisa das Violências (Nupevi) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
“Não existem mais favelas neutras. Talvez, no máximo, umas 20 comunidades. Todas as outras estão dominadas pelo tráfico de drogas ou milícias”, afirma a antropóloga Alba Zaluar, coordenadora do estudo, que também desenvolveu, com sua equipe, o projeto “Desigualdade e violência: determinantes, simbolismos e processos sociais para entender a violência”, que será divulgado nesta terça-feira (10).
“Existem concentrações enormes de violência em áreas dos bairros do subúrbio e da Zona Oeste, e índices baixos como a Barra da Tijuca e pontos da Zona Sul”, acrescenta a pesquisadora, que encaminhou o documento para o governador Sérgio Cabral e apresentou também o trabalho ao relator da CPI da Violência da Câmara dos Deputados, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
De acordo com uma pesquisa do Instituto Pereira Passos (IPP), publicada na primeira quinzena de janeiro, o Rio contabiliza 968 favelas, ou seja, 218 a mais do que em 2004, quando foi feito o primeiro levantamento. O balanço mostra ainda que a população favelada passou a ocupar mais três milhões de metros quadrados do que ocupava em 1999.
Reflexo da violência nessas regiões é demonstrado em um levantamento elaborado pela ONG Rio Como Vamos (RCV), baseado em dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), para o ano de 2008, calculados de janeiro a dezembro.
Os indicadores apontam que um dos bolsões de violência na cidade seria na Pavuna, na Zona Norte, onde os casos de homicídio chegam a 81,89 por 100 mil habitantes; autos de resistência 37,58 por100 mil; roubo em coletivo 117,06 por 100 mil e roubo de veículo 462,95 por 100 mil. Os números estariam acima da média da cidade.
Fonte: Globo.com
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